Nesta aula, serão discutidas as origens da literatura brasileira e sua conexão com a literatura europeia, com destaque para o período colonial e a busca por uma autonomia cultural. Serão apresentados autores como Gonçalves Dias, José de Alencar e Sílvio Romero, explorando como o romantismo e o indianismo influenciaram a formação da identidade nacional.

1. Perspectivas sobre a identidade brasileira à luz de sua literatura;

1.1. Introdução ao tema da afirmação da identidade do Brasil à luz de sua literatura;

1.1.1. A relação entre o local e o universal. Literatura brasileira no período de sua formação. A preocupação com a autonomia ou independência;

1.2. O romantismo, a originalidade do Brasil e a influência europeia. O indigenismo. José de Alencar e a maturidade da crítica romântica. A crítica de Machado de Assis ao nacionalismo e ao indigenismo românticos;

1.3. Breve apanhado crítico de Sílvio Romero, José Veríssimo, Joaquim Nabuco e Sérgio Buarque de Holanda;

1.4. A metáfora antropófaga do modernismo. Outras perspectivas sobre a brasilidade ao longo do século XX;

2. Como dar forma à literatura brasileira;

2.1. O romantismo. O barroco. O arcadismo. O realismo brasileiro e suas características específicas;

2.2. A transição empreendida por Manuel Antonio de Almeida;

2.3. Um certo Alencar;

2.4. Machado de Assis após Memórias Póstumas de Brás Cubas. Os livros do narrador diplomata, o Conselheiro Aires: Esaú e Jacó e Memorial de Aires;

2.5. O naturalismo. Aluísio Azevedo, escritor e diplomata. Raul Pompéia. O diplomata Inglês de Sousa;

2.6. Euclides da Cunha e Os Sertões. Euclides da Cunha e o Ministério das Relações Exteriores. Peru versus Bolívia;

2.7. Lima Barreto. Crítica da discriminação racial. Triste Fim de Policarpo Quaresma. Atualidade de sua linguagem.

A segunda aula abordará o modernismo e sua importância na consolidação de uma cultura brasileira multifacetada, discutindo a Semana de Arte Moderna de 1922 e suas repercussões. Serão exploradas as obras de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e outros autores modernistas, com foco na antropofagia como uma metáfora para a absorção e transformação das influências externas.

1. A síntese modernista: realismo, barroco e romantismo. Prestígio e poder aglutinador do diplomata Graça Aranha; Mário de Andrade, Macunaíma; Oswald de Andrade, Memórias Sentimentais de João Miramar. A rebelião formal na poesia contra os movimentos parnasiano e simbolista. Os ausentes presentes: Manuel Bandeira e o diplomata, poeta e ficcionista Ribeiro Couto;

2. Considerações sobre a metáfora antropófaga. O Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. ”Tupi or not tupi, that is the question". Manifesto da Poesia Pau Brasil. “Ordem e Progresso”;

3. Perspectivas para o espectro amplo de expressões poéticas: Murilo Mendes, Jorge de Lima, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade;

4. Reação e crítica ao modernismo. Características do romance neo-realista. Rachel de Queiroz. O Quinze. José Lins do Rego, Fogo Morto; Menino de Engenho; Graciliano Ramos. São Bernardo. Angústia. Vidas Secas, Memórias do Cárcere;

5. Posições da crítica: Sérgio Buarque de Holanda, Sérgio Milliet, Antonio Candido;

6. Jorge Amado, a cor local e a imaginação. A morte e a morte de Quincas Berro d’Água;

7. Literatura de caráter introspectivo, intimista ou de sondagem interior: Ciro dos Anjos, Dionélio Machado, Aníbal Machado, Autran Dourado, Otávio de Faria; Lúcio Cardoso; Cornélio Pena; na poesia, Jorge de Lima. Por caminhos peculiares e independentes: Lígia Fagundes Telles; Osman Lins; Dalton Trevisan;

8. Superação das duas grandes tendências, do realismo e da introspecção. Características do novo período de vanguarda e experimentação. Superregionalismo de Guimarães Rosa. Ficção suprapessoal de Clarice Lispector. João Cabral de Melo Neto e sua expressão neo-modernista singular. Concretismo: Haroldo de Campos e Augusto de Campos. O teatro de Nelson Rodrigues;

9. Apreciações críticas: Antonio Candido, Sergio Milliet, Sergio Buarque de Holanda, Marjorie Perloff, Silviano Santiago, Walnice Nogueira Galvão.

A última aula examinará as correntes literárias do realismo e do regionalismo, destacando autores como Machado de Assis, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Serão discutidas as maneiras como esses escritores representaram as realidades sociais e culturais do Brasil, traçando um paralelo entre literatura e questões políticas e sociais.

1. Experimentação da linguagem, eliminação da fronteira entre prosa e poesia, dimensão mística e metafísica, características barrocas;

1.1. Guimarães Rosa. Linguagem. O significado do sertão. Crônicas de Hamburgo. Escritos diplomáticos. Visão sobre a diplomacia. Participação em negociações. Carreira diplomática;

1.2. Clarice Lispector. Aspectos biográficos. Vivência no exterior seguindo o marido diplomata. Linguagem. Perto do Coração Selvagem. A Maçã no Escuro. A Paixão Segundo G.H., A Hora da Estrela;

1.3. Apreciação crítica: Sérgio Milliet; Benedito Nunes; Nadia Gotlib;

2. Nélida Piñón e o diálogo entre as tradições literárias do Brasil e hispano-americanas;

3. O regime autoritário e a volta ao realismo. Realismo e alegoria. Novas sensibilidades. Rubem Fonseca. João Antonio. João Ubaldo Ribeiro, Antônio Callado, Antonio Torres, Ivan Angelo, Márcio Souza, Moacir Scliar, Ana Maria Machado, Raduan Nassar;

4. A explosão tropicalista. A poesia marginal. O pós-concretismo. Ana Cristina César. Paulo Leminski;

5. Rumos da literatura brasileira pós-1985. Espectro variado. Ficção histórica. Ficção autobiográfica. Imaginação e introspecção. Sérgio Santana. João Gilberto Noll. Silviano Santiago. Exemplos da literatura contemporânea;

6. Considerações finais sobre alguns dos clássicos da literatura brasileira, a título de conclusão: Tradições que vão além do Brasil. Contexto supranacional. Contribuições brasileiras à literatura universal. Novas reflexões sobre a identidade brasileira. O lugar e a atualidade de Machado de Assis, Lima Barreto, Graciliano Ramos e Clarice Lispector.